Parte da cultura mundial, os livros de papel surgiram há milhares de anos. Tivemos a escrita no papiro, pelos egípcios, e depois a união de vários pergaminhos que nos fizeram conhecer importantes textos da humanidade. Os livros permaneceram em sua concepção original manuscrita até que, em 1454, a prensa fez com que sua fabricação e divulgação tivessem um salto tanto em qualidade quanto em quantidade. Eles foram itens de coleção, formaram obra de arte nas prateleiras, foram fontes de pesquisa. Mas então a tecnologia avançou, trazendo ao mundo os livros digitais. Então, agora, o que se pergunta é: qual será o futuro dos livros de papel?
Com a extrema facilidade que se tem atualmente, não precisamos mais ir à biblioteca para ter acesso aos nossos títulos favoritos, eles estão ao alcance do dedo, disponíveis em uma biblioteca online, bem mais fácil de acessar. Mas apesar de parecer que não há futuro para os livros a moda antiga, os especialistas nos mostram outra visão.
Atual e presente em nosso cotidiano são as palavras mais usadas para descrever como o livro de papel se insere na era tecnológica. Segundo Haroldo Ceravolo Sereza, doutor em literatura brasileira, esta é uma questão que vêm perseguindo quem trabalha e faz livros há um tempo. Por ser muito “frágil”, o que se apostava era: o livro logo cederia à nova tecnologia. Mas isso não aconteceu, já que o livro possui uma longa história e relação com o ser humano que já está mais que consolidada.
Também existem plataformas digitais que além de vender os livros em PDF, vendem os físicos. A loja Submarino, por exemplo, se prende aos títulos em forma tradicionais enquanto a Amazon, impérios das comprar online, investe tanto na modernidade quanto no tradicional. Ela mantém perto da cidade de Madri, cercam 583 mil títulos de livros de papel, número este que não para de crescer.
Outro exemplo de leituras online que ganharam as prateleiras são as fanfics, histórias escritas de fãs para fãs. Predominantemente disponíveis online, em plataformas como Wattpad, algumas histórias ganham livros físicos que se tornam grandes sucessos e conquistam o público. Leitores e mais leitores que buscam as palavras além da tela.
Para Heloise Guerrier, da Astiberri editora de quadrinhos, os leitores de HQ’s
permanecerão fiéis às versões impressas não cedendo às plataformas digitais. Mas, claro, que para ela as versões digitais disponíveis não podem ser ignoradas já que muitos aplicativos surgiram para facilitar a vida dos amantes dos quadrinhos.
Existe também o estímulo à busca da versão física. Devido à facilidade oferecida pela tecnologia temos cada vez mais pessoas interessadas na leitura, o que resulta em futuros adeptos aos livros tradicionais de papel. Os títulos disponibilizados online são um atrativo a mais para que as pessoas recorram aos físicos, para ter em casa o livro que tanto gostou de ler na tela do celular ou tablete.
Ainda não se sabe por quanto tempo mais os livros de papel irão resistir à tecnologia, mas sabemos que eles foram capazes de resistir até hoje. Existem pessoas que amam tocar o papel delicado das páginas e sentir o cheiro de um livro novo.
O papel não será substituído como aconteceu com o VHS, que foi substituído pelo DVD e, agora, está sendo substituído por plataformas como Netflix. O companheiro fiel ainda permanecerá repousado nas cabeceiras por muito tempo, nos fazendo viajar por lugares desconhecidos sem sair de casa. Podendo ser tocado e sentido por leitores assíduos ao redor do mundo. Nada pode substituir o toque e os cheiros dos livros que trazem aconchego e imaginação para muitas pessoas.
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