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Barba, cabelo e história

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Pedro Ivo Gerheim, 85 anos de vida. Nascido no dia de São Pedro, no bairro São Pedro, o barbeiro se orgulha de onde vive até hoje, o lugar onde construiu sua história. Entre um corte de cabelo e outro, Seu Ivo, como costuma ser chamado, tirou um tempo para uma conversa daquelas com direito a risos e recordações.                                                                                        

Exatamente em 8 de maio de 1948 começa a história de Seu Ivo com sua barbearia. “Há pouco tempo que eu trabalho aqui”, ele brinca, se lembrando dos 70 anos na atividade. Ele tinha apenas 15 anos de idade quando aprendeu o ofício, incentivado pelo pai. Desde que começou, não parou com a atividade e diz gostar muito do que faz, principalmente porque sempre trabalhou perto de casa.

 

Além da barbearia, em 1958 Seu Ivo abriu um boteco com o irmão, também na mesma área.

 

O gosto por trabalhar era tanto que ainda assim os dois mantinham outras atividades, o irmão como sapateiro e Ivo ainda na barbearia.

Bairro São Pedro, um vínculo histórico

“Era tudo terra, não tinha nem asfalto. O transporte público só teve início lá em 1955”. A memória é de quem acompanhou o desenvolvimento do bairro e se criou durante toda a vida no mesmo lugar. A família de Seu Ivo, de descendência alemã, se estabeleceu no local e em sua casa fazia de tudo. Ele conta que cada família no São Pedro tinha uma colônia, que era três alqueires de terra. Lá eles criavam galinhas e porcos, que depois viravam alimento.

“Sei ficar aqui, em casa eu não sei ficar”

A família de sua esposa também tem origem no mesmo bairro. Ivo casou-se jovem, com 21 anos e ficou viúvo há 17. O barbeiro conta com alegria sobre a família grande que criou com a esposa. Cinco filhos, doze netos e quatro bisnetos. Segundo ele, todos se dão muito bem e diz com prazer que sua filha mais nova tem 44 anos.

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Em meio aos risos e bom humor, Seu Ivo se recorda com gosto de um dos grandes eventos de sua juventude - “eu tenho o ingresso do primeiro jogo do estádio aqui da cidade que eu fui quando era mais novo”, e se orgulha do tempo de vida, dizendo que ainda quer viver pelo menos uns dez anos. “Eu tô bem né? Meus filhos tudo usam óculos, eu não uso. A mão tá boa pra trabalhar”. Contando isso, ele ria, até que alguém chama à porta. “Ô, tem jeito de cortar o cabelo aí?” Prontamente responde, “tem, pode chegar”, e encerra sua pequena pausa no expediente, que rendeu uma boa conversa.

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