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Peregrino neste mundo

Em meio ao caos do consumismo contemporâneo, algumas pessoas optam por abdicar dos próprios interesses e se dedicam a cuidar e amar pessoas. Alexandre é um jornalista de 25 anos, que mora na Ásia Ocidental, onde cuida de projetos diversos em prol da população local. Nascido nos Estados Unidos, ele viveu no Brasil por 19 anos. Escritor, poeta, fotógrafo e professor, sua história é permeada por mudanças, como o tempo que morou em Americana (SP), passando por 7 lugares diferentes na mesma cidade. Uma história cheia de surpresas é difícil de contar. Então por que não convidar ele mesmo para narrar? Por e-mail e por whatsapp, Alexandre enviou fragmentos de sua história, que você confere reunidos aqui.

O início

Quem sou?

 

É uma longa história – apesar de eu não ter tantos anos de vida. Vindo com 2 anos para o Brasil, iniciei minha vida num país onde todos os meus familiares ali estavam. Deixamos os EUA pelo motivo de poder crescer num ambiente familiar com fortes valores e laços familiares – já que todos os parentes paternos e maternos estavam morando no Brasil. Cresci como um garoto normal. Porém, sempre tive dentro de mim algo diferente. Apesar de possuir dupla nacionalidade, sempre me senti mais brasileiro. Mesmo assim, às vezes, passava pela cabeça de eu ser um forasteiro na terra verde e amarela, e que nem ali era a minha morada permanente. Isso ficou mais evidente quando tive algumas crises de existência aos 15 anos. Fiquei me questionando sobre o real motivo de eu existir e estar nesta terra, neste momento da história. Por que eu e não outra pessoa? Por que nasci nesta família? Por que agora e não mil anos atrás? Por que eu nasci? Por que nasci com este gênero e não outro?

Creio que isso é comum nos pensamentos de muitas pessoas no mundo. Eu acabei descobrindo o motivo. Antes mesmo da criação da Terra, um ser infinito e todo-poderoso decidiu que eu seria criado, este conhecido como Deus. Não há outra explicação a não ser essa. Temos que aceitar esse fato, pois não há como explicar o motivo de estarmos vivos sem a intervenção divina de um Criador. A questão maior não é de onde viemos, mas por que vivemos e estamos na Terra neste presente momento. Foi assim que eu comecei procurar a minha missão na Terra. Como eu poderia deixar a minha marca e legado em vidas através dos meus dons e talentos?

Um caminho

Fazer a vida valer a pena

Com 20 anos eu cheguei a uma conclusão. A vida é um sopro, os anos se passam rápido e precisamos usar os nossos melhores anos para Deus. Há mais de quatro mil anos, o homem mais sábio que já existiu na Terra, Rei Salomão, comentou a respeito: "Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre. Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr. Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir. O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós. Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento. (Eclesiastes 1:4 - 5, 7 - 10, 14). Portanto, correr atrás de sucesso, riquezas, vida confortável, bens materiais e reconhecimento só levam a um lugar: cemitério. Tudo isso não leva a nada, a não ser para enriquecimento pessoal. Isso é um ciclo vicioso que muitos caem e ficam girando nessa espiral enganosa por gerações e gerações. Eu decidi ir contra a maré do sistema e fazer a minha vida valer a pena. Eu disse pra mim mesmo: ‘Eu não quero crescer, estudar, casar, ter filhos, dinheiro, ficar velho e morrer. E aí? É só isso? Se for, então é a coisa mais sem sentido e imbecil que a sociedade fez as pessoas acreditarem’. Assim, eu comecei a me envolver com pessoas que estavam realizando a diferença no Brasil e no mundo através do serviço a Deus. Foi desta maneira que visitei alguns projetos locais e, mais tarde, também em outros países no Sudeste Asiático. Foram nessas viagens que Deus falou claramente ao meu coração que era ali que Ele queria que eu estivesse investindo a minha vida, no serviço a pessoas carentes e necessitadas do amor de Deus. Eu vi que o pouco que podemos oferecer é tudo que essas pessoas precisam e necessitam. Então tomei uma decisão que mudou a minha vida para sempre. Deixei a minha vida no Brasil para servir a Deus no Sudeste Asiático e onde quer que Deus queira me levar, pois estou aqui na Terra para compartilhar do amor e cuidado de Deus para com os necessitados e oprimidos do mundo. Iniciei minha faculdade de Jornalismo no Brasil, mas realizei apenas cinco semestres. Logo depois eu vim para o Sudeste Asiático. Por isso, acabei terminando meus estudos na Malásia. Foram mais dois anos de faculdade totalmente em inglês e com colegas de sala vindo de vários países do Oriente Médio, África e Ásia. Aprendi novas culturas, maneiras de pensar e visões de mundo diferentes da que estamos acostumados no Brasil. A Ásia é um outro mundo! Tudo que a mídia brasileira divulga da Ásia deve ser apenas 1% do que é na realidade. Só vivendo aqui que eu aprendi a entender a mente asiática e sair da mentalidade limitada que temos no mundo ocidental. Também passei por momentos de muitas transições e adaptações na minha vida pessoal. Tive que morar sem meus pais em uma terra com pessoas totalmente diferentes, costumes únicos, novas línguas e pensamentos, estilos de vida e novas realidades. Eu pude crescer e amadurecer muito nesses dois anos. Deus esteve comigo e me deu bons amigos para fazer bom proveito desse tempo.

De fora pra dentro

“Ser exposto ao desconhecido e descobrir quem você é”

 

Todos precisam “sair da toca e da zona de conforto” para experimentar o desconhecido e aprender muitas, mas muitas coisas novas de si mesmo. É um autodescobrimento ao ser exposto ao desconhecido e descobrir quem você realmente é. É incrível como pensamos que tudo é “quadrado” e “deve funcionar desta maneira”. Mas ao sair da “toca”, aprendemos que o “quadrado” é um “círculo” na mente do Asiático. Só pra explicar, caso você não entenda. No Ocidente, num discurso vamos sempre direto ao ponto. Mas no pensamento Asiático, o raciocínio é circular. Eles falam vários aspectos do mesmo assunto para no final falar a mensagem principal. Meu plano futuro é aprender a língua local para poder ampliar o meu alcance de serviço às pessoas. Com isso, poderei construir novas amizades e compartilhar a Palavra de Deus com muito mais pessoas.

Por Francine Cardoso e Thatyana Benetello

Este é o caminho que Alexandre faz todos os dias para ir para a escola em que dá aulas.

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Este é mesmo caminho que Alexandre faz, em época de chuva.

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