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Titiago Capuzzo

Por Leandro Carneiro, Léo Lima e Rafael Mendonça

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Titiago "montada"

Tiago Capuzzo, ícone do movimento LGBT de Juiz de Fora, nasceu em 1986, e sente que sempre carregou consigo a veia artística que o levou a ser drag queen. Quando criança, tinha o costume de se trancar no banheiro e pintar as unhas com canetas. Como seu cabelo era curto, fazia das toalhas de casa suas perucas. “Era uma criança muito feliz”, afirma.

 

Assim como a veia artística, a homossexualidade sempre foi presente na maneira de agir de Tiago. Por mais que tentasse gostar de atividades masculinas, como jogar futebol e brincar com bonecos, sempre se identificou com brincadeiras e esportes femininos. Gostava de jogar vôlei e queimada e brincar com bonecas. Ele acredita que, no fundo, foi uma criança como todas as outras.

 

Mas, infelizmente, Tiago também sofreu com o preconceito durante a infância. Apesar de não ser discutido à época, afirma que foi alvo de bullying por causa da homossexualidade. Por isso, recomenda a todos os pais que apoiem seus filhos. “Quando tiver um filho com tendência a ser homossexual, acompanhe para ele não ficar traumatizado com o bullying quando crescer”, aconselha.

 

Sempre ciente de sua importância na divulgação da causa LGBT, o artista destaca a necessidade de conscientizar a população sobre a homossexualidade ser um fator biológico, com o qual a pessoa nasce, e não uma escolha. Para ele, todo pai conhece a orientação sexual de seu filho, mas não deseja ouvi-lo assumi-la.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No seu caso, a suspeita foi confirmada quando sua família leu cartas de um ex-namorado. A primeira reação foi levá-lo a um psicólogo, o que obviamente não teve efeito. Após esse primeiro momento, seus pais e o irmão passaram a apoiá-lo, o que considera ter sido extremamente importante para seu bem estar por não precisar mais mentir. A partir dali, nunca mais foi a uma festa de público homossexual dizendo que iria a uma balada heterossexual.

 

 

 

 

Tiago é designer de moda e atua há dez anos no setor de vestuário. Hoje, trabalha em uma loja de roupas femininas. Mas é na noite que faz o que mais gosta. A vida de drag queen teve início há sete anos e se desenvolveu aos poucos. Suas primeiras experiências foram apenas usando franjas e novos penteados. Na época dublava cantoras como Madonna e Lady Gaga em shows por todo o Brasil (e até mesmo em cruzeiros). Com o passar do tempo, Tiago passou a se montar e se transformar em Titiago.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hoje, em suas apresentações, Titiago divulga suas músicas autorais e seus próprios clipes, além de cantar os maiores sucessos do pop internacional. Em suas criações, busca sempre levantar as bandeiras da luta contra a homofobia e da representatividade LGBT: “acho que preconceito gera preconceito. Nunca olho indiferente para alguém”, reforça. A drag se destaca, também, por sua androginia, com mistura de elementos do universo masculino e feminino em sua composição.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titiago tem vários clipes lançados, o mais recente é o de Duelo, parceria musical com as drags Beyoncé Ravell, Amanda Fierce e Phillipe Oliviéer. Entretanto, seu clipe mais famoso é o da música Sonho, composta por ele e lançado em 2015. O vídeo soma mais de 36 mil visualizações no perfil oficial do cantor no YouTube.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titiago participa de toda a concepção de seus clipes, desde a criação do roteiro, passando pela direção e a edição final. “Os clipes são todos diferentes entre si, para não ficarem repetitivos. Tem clipes sensuais, que falam de preconceito, românticos, coloridos… Isso também ajuda a conquistar novos públicos”, afirma o artists. Ele destaca que nunca teve dificuldade em tornar suas ideias em realidade: “O que é legal é que nós tivemos apoio de várias pessoas e empresas. É difícil alguém vestir a camisa da arte LGBT”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com o passar dos anos, a drag atingiu sucesso nacional, participando do quadro Cem ou Mil do Programa do Ratinho (SBT), do concurso 100% Drag do Programa Raul Gil (SBT) e de uma paródia do The Voice no humorístico MultiTom (Multishow). “A gente tem que buscar crescer cada vez mais, aprender cada vez mais, dar a cara pra bater e ser feliz. Além de levar a arte LGBT para cada cantinho do país. Xô, preconceito!”, conclui.

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Titiago e sua mãe

Vida de Drag

Titiago no quadro 100% Drag do Programa Raul Gil

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