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Diploma vocacional

Por Laura Conceição

Em 2013, Dilma Rousseff anunciou a medida provisória (MP) que exige o título de doutor para professores em universidades e institutos de ensino superior no país. O texto altera a Lei 12.772/12 do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal que não fazia menção a essa obrigação. A exigência do título de doutorado para lecionar em universidades públicas é o epicentro de um dos maiores equívocos do governo. Para lecionar uma matéria teórica, nada melhor do que a experiência do doutorado, mas o equívoco se fundamenta na necessidade também de professores que passaram pelo mercado de trabalho, tendo ou não o título de doutor.


Os doutorados preparam para universidade e pesquisa. Sendo assim, muitos desses doutores, por mais conhecimento que tenham, não dominam a dinâmica desse mercado e o aprimoramento exigido pela rotina diária da profissão.


Esse modelo de seleção pode fazer com que as universidades percam profissionais didáticos e capacitados para dar aulas. Um título não define o potencial de um professor. O doutorado confere uma credibilidade ao curriculum e é importantíssimo que se invista em pesquisa e desenvolvimento, mas essa exigência não pode substituir os anos de experiência prática que um profissional adquire ao longo da vida, além disso, o título não garante competência pedagógica ao profissional, logo, não deveria ser requisito obrigatório de seleção.


Um graduado, um pós-graduado ou um mestre deveriam ter as mesmas chances do que um doutor para entrar em uma faculdade pública e, então, que fosse escolhido aquele que se mostrasse mais capacitado, com melhor prova aula, melhor didática e que demonstrasse mais conhecimento sobre o assunto.


Os alunos em si, não fazem questão do diploma do professor prioritariamente ao fato de entender o conteúdo ensinado. Eles querem ter bons professores, doutores ou não, que sejam capazes de transmitir, de forma compreensível e entusiasmada o seu conhecimento. Como exemplo, temos o fato de que nenhum estudante de psicologia clínica confia extremamente em um professor que nunca clinicou. Títulos são importantes, devem contar pontos no processo seletivo, mas não podem ser o fator mais importante quando o assunto é lecionar.

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