Laura conceição
O slam é uma batalha de poesia que nasceu em um bar periférico do norte de Chicago quando o operário da construção civil e poeta Marc Kelly Smith fez um show chamado Uptown Poetry Slam – o primeiro do gênero. As regras para participar da batalha são simples: Não vale usar figurinos, acessórios, cenário ou acompanhamento musical. A poesia, que deve ser autoral, precisa ser recitada em até três minutos.
A batalha de poesia falada chegou em Juiz de Fora no início de 2017 através de Del Chaves, fundador do Slam Resistência de São Paulo. Atualmente, na cidade existem 3 batalhas: Slam da Ágora, que acontece no Museu do Crédito Real, o Slam de Perifa que acontece no bairro Santa Cândida e o Slam do Encontro que acontece na Casa Absurda. “O slam chega em Juiz de Fora em um senário precário politicamente e então se cria em torno disso uma sede de justiça e igualdade muito grande que nos inspira e impulsiona”, conta Eduarda Masieiro, poeta juiz-forana que começou sua carreira nos slans. Confira uma poesia da Eduarda
O principal objetivo dos poetas que participam das batalhas é fazer algum tipo de denúncia social e se expressar de forma crítica sobre temas que vão de política ao amor em questão de palavras.
Para Igor Gervason, poeta e Mc de juiz de fora, o slam representou uma porta de visibilidade para sua arte: “Foi o momento em que eu me libertei e consegui superar momentos difíceis na minha vida, consegui acreditar em mim e entendi que meu lugar é na poesia”. Já para a Eduarda Masieiro, a batalha é um espaço onde as pessoas podem se ajudar e se compreender: “Slam pra mim é um espaço onde as mulheres podem se entender, eu gosto de falar sobre o que eu vivo na sociedade por ser mulher e vejo que muitas manas se identificam com minhas dores”.
Os poetas contaram que apesar de se tratar de uma competição, o clima das batalhas é sempre amistoso, geralmente são amigos e torcem pela superação do outro e por versos fortes. “Pra mim participar do slam vai além da competição. Depois que eu vejo o olhar de cada pessoa me ouvindo é como se fosse um incentivo a mais pra eu estar ali”, disse Igor.
As batalhas acontecem uma vez por mês em cada um dos slans da cidade. Para ficar por dentro é só acessar as páginas que foram anexadas a essa matéria.
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